terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chuvisca teu mantra na vidraça, ritma teus pingos contra o concreto. Levanta do chão o orvalho, escorre do céu, borra as estrelas. Dissolve também aquela nuvem negra...

Já que a lua escondeu-se traga então até mim o cheiro dessa noite que só pude ver passar da minha janela.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sujeito Oculto.

A porta está entreaberta; cansei da escuridão e do ar antigo que ainda respirava. Renovar o ambiente, trocar as energias, nada mais. Não espero ninguém e já aviso que odeio visitas surpresas –odeio estar desprevenida.
Não sejas então desagradável, não empeste o ar com esse cheiro: meus suspiros sempre foram dos mais sutis. Não perturba minha quietude que o novo ainda assusta, incomoda. Não vê esse escuro acolhedor e o silêncio tranquilizante? Seja silencioso....
Se ficas ou sais, não alardes; camufla-te no breu. Chega suave, sem pressa, sussurando: se for para eu arrepiar, eu prefiro não saber o motivo.