segunda-feira, 13 de junho de 2011

O ciclo.

Junho anuncia seus primeiros dias com aquele típico ar gélido cumprimentando a face. Ah, essa neblina que ultrapassa o ar e invade os pensamentos, essa geada que devasta meu canteiro de ilusões. Não poderia eu conservá-las até a próxima estação?

“Eu tenho certo apego a essas sementes pobres que plantei mesmo sabendo que não chegarão a florescer”. O vento me reprime com um assovio.

“É verdade, eu tenho apego por que eu mesma as criei. Não importa que as estações as destruam... Há sempre novas estações e novas ilusões adiante.”

O mesmo vento que me afagou os cabelos, derrubou uma das poucas folhas que ainda agarravam-se aos galhos secos. E foi tão bonito ver aquela ilusãozinha desesperançosa planar livre pelo ar antes de (re)pousar no inóspito concreto.