sábado, 22 de novembro de 2008

O estilhaçar do cristal.

Por trás de cada cicatriz há uma história.
A minha, encontra-se proeminente na alma, gravada a finco por todas as mágoas. Cada uma das irregularidades arde, dói.
Foram todos aqueles dias, embriagada nas tuas palavras ilusórias e na esperança de teu ombro, teu colo, teu consolo. As repetidas vezes que, minha imaginação, fez tuas as mãos que me eram estendidas. As semanas em que minha presença lhe era descartável, invisível, supérfula.
Eu te juro, podia sentir a pá que enfincava-se na minha superfície, cada dia mais fundo. Ela jogava, então, tudo pro ar: meus sentimentos eram amontoados num canto. Desviar do monte ou fingir que não o vê –pisotear, isso sim-, apesar de insensível, é mais fácil do que sofrer junto, eu sei. Só que meu poço de lágrimas secou, e minha alma continua incompleta e machucada, porém a cicatriz já nem sangra -tanto. A espera por ti me flagela e cansei de estar vulnerável.
Por trás de cada cicatriz há uma dor.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Palavras são capazes de preencher vazios, porém o tempo continua corroendo tudo que vê pela frente. Em teimosia, remendo cada cavidade gravada em minha alma com os fios tênues dos teus períodos sonoros – tão ríspido aos meus ouvidos. Toda a estupidez servia para materializar tua ausência e de alguma forma, manter-te viva.
O sonhador cochilara, de novo.