domingo, 21 de setembro de 2008

Latência.

Seus ombros continuavam a latejar, mesmo depois de livrarem-se da pesada bolsa. A ardência lhe era insuportável e lhe enrijecia o corpo. Nem se dera ao trabalho de acender as luzes –conhecia cada canto daquele cômodo, mesmo em meio à escuridão- e desabou sobre os lençóis ainda desarrumados. Apenas deixou-se permanecer ali, escutando o barulho urbano que lá fora ecoava.
O ronco repentino dos motores dos carros conturbavam seus pensamentos e os faziam vultos em sua mente. Era incapaz de decifrar algo além de borrões através daquela turgência. Contraía as pupilas tentando ver algo além daquilo que sua visão lhe permitia. Lutava contra suas próprias limitações, como sempre havia sido. E sabia, no fundo, que de nada adiantaria qualquer esforço ou tentativa.
Só o tempo teria o poder de retirar a neblina e fazê-la ver em translúcido.

8 comentários:

Unknown disse...

Ja diria um velho sábio tibetano:
"A neblina é como micose, só deixando bem arejado e com o tempo pra sumir. Ou você pode usar remédio, mas perde a poesia."

:D

Espero que tenha sido um conselho tão importante para ti quanto foi para mim.

Dupla Personalidade? disse...

era pra postar o comentário com esse perfil, mas enfim...

então vai outro, só pra ficar legal!

LHC

XD

André disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André disse...

Latência

Do latim "latus", que significa melancolia infernal, unido ao radical "entya", que em grego quer dizer "dentuça dos olhos puxados".

Temos assim um exemplo de hibridismo que reflete totalmente nossa querida amiga Reno.

Unknown disse...

AOEHROEHOEHOUAEHRAOUEHAOUHRAOU
ok, eu tentei ser engraçado, mas não tem jeito, o andré sempre supera todos
XD

André disse...

*Remo
hahaaaaaaaaa

Carolina Pires disse...

tais bem? :S
o texto tá lindo, mas fiquei preocupada. espero que a vaquinha que eu te dei, ajude em alguma coisa.
te amo. ;*

luiz ricardo disse...

haueheu o negocio é sempre por a culpa nos fenomenos naturais :D haha já te pus nos links renataaa heh beijo!